Eu não sou uma chocólatra.. correção pelo menos eu não era há uns tempos atrás, depois tudo mudou e se transformou em ansiedades por chocolate, nomeadamente cacau e quando vejo percentagens acima dos 75% o meu estômago bate palmas e o meu cérebro explode em sinapses de dopamina.
Mas é difícil comprar chocolate que acompanhe os meus gostos, abaixo de 70% já acho demasiado doce, e depois há aqueles que são tão amargos que roçam o queimado. Nope, para além de uma viciada em chocolate sou esquisita. Shame on you! Não bastava ter um problema tinha que ter dois.
De forma que ando sempre a cuscar nas prateleiras das lojas por novos e tentadores chocolates. E nesta semana encontrei-o, maravilhoso e perfeito, com tudo de bom para oferecer, vegan e todo um rol de mais umas coisas saudáveis. Para mim o importante é o sabor e esse conquistou-me. Não sei se há em Portugal, espero que sim, senão será uma desfeita da qual não recuperarei bem..
E o predilecto dá-se pelo de Lovechoc, e tem a combinação vencedora de cacau cru proveniente do equador, super-alimentos, adoçado com açúcares de coco e a embalagem é eco-friendly. Eu não disse que era só mimimimimi de coisas saudáveis. Da primeira vez levei uma para experimentar, caso desse para o errado não haveria mal, da segunda já abarquei toda uma prateleira levando de todos e mais alguns, uma pessoa tem que experimentar, certo?
Além disso, cada barra pequenina que parece a versão saudável do kinder bueno, traz na embalagem pequenos papelinhos com dizeres inspiradores ou desejos. A última foi "Eu gostaria de ser livre do egoísmo"."
Agora faço uma mini pausa que vou ali buscar o resto do meu Lovechoc 81% cacau com bagas de Goji e laranja.
Ps:. Este blog ainda é muito pequeno para andar a receber dinheiro de marcas por isso garanto que não há segundas intenções, nem mãozinhas a lavar outras. Ele é mesmo bom, selo de qualidade se faz favor!
Um dos livros a ler do mês de Julho é um clássico, daqueles livros que sempre ouvi falar e que foram ficando para mais tarde. Pois bem, o mais tarde tardou de ser agora, e ando a ler o romance Lolita de Vladimir Nabokov.
Todos, penso eu, já devem ter ouvido falar sobre o livro em questão e do assunto controverso em que se debruça. A trama, muito resumida, é de um homem, o professor universitário Humbert Humbert, que se apaixona pela menina de doze anos de nome Dolores Haze. Carinhosamente conhecida como Lolita ou Lo. Daí o título do livro.
Estão a ver o tema, pedofilia mascarada em linhas delicadas e castas, nada fácil. O desafio é mesmo ler, pois segue como um registo biográfico do protagonista que está registando as suas memórias e deste modo, entramos de alguma forma na sua cabeça, nas suas razões e nos seus medos. O livro é escrito de forma tão eloquente que envolve o leitor na perversidade de pensamentos de Humbert Humbert tendo pesar e sofrendo com o personagem sem que dê por isso e quando se apercebe ESPERA, muita calma que ele está apaixonado e tem fantasias por uma miúda de 12 anos.
O romance não é lascivo e nem tem de forma alguma cenas eróticas por aí além entre ambos os protagonistas. Na sua escrita brilhante Vladimir Nabokov conseguiu criar um mundo sugestivo de momentos íntimos entre ambos com breves e leves desejos do professor todos eles muito bem elaborados com palavras caras e bonitas misturado com um par de frases em francês que fica muito très chic.
Não consigo dizer que estou amar o romance mas não consigo afirmar também o contrário, porque a maneira como está escrito absorve-me de tal maneira na sua história que perco o horror ao tema do livro. Okey, é verdade que ao final de um par de capítulos fico cansada. Cansada do género, preciso de pensar noutra coisa, vou pousar este pequeno monstro na mesa e intercalar com algo mais corriqueiro por assim dizer, ou então menos abusivo do meu discernimento.
E é isto, o livro está neste momento a meio ao lado do sofá entre uma chávena de chá vazia e um par de brincos. Enquanto isso, para desanuviar ando a ler UmhomemchamadoOve.. pensava eu que ia desanuviar :( fico com a lágrima pendurada com cada tirada profunda sobre o amor de Ove.
Muito certeira na escolha de livros desta vez, muito bem Isabel.
A melhor forma de acabar o turno da noite é com um carregamento de mirtilos de dois kilos provenientes de uma quinta dos pais de uma colega, a preço da chuva. Sinto que a roubei com a bagatela que paguei pelos mirtilos, mas não foi a minha pessoa que definiu o preço. Só para que saibam..
Agora só me resta cogitar nas quantas sobremesas vou fazer com os ditos.
Actualização do estado de mirtilos: acordei do meu sono de beleza e meio kilo já marchou para uma tarde vegan e crua que refestela de momento no congelador.
Depois de Praga seguem-se dias e dias de trabalho non-stop, aiii as ricas saudades que eu já tinha do cheiro a desinfectante e fraldas novas.
Adiante, uma das melhores surpresas desta última semana foi ter conhecido finalmente o mais novo da família, este miúdo reguila que surgiu sem pré-aviso e virou o mundo ao contrário. Ele é dono de uma perseverança teimosa, quer viver e tem crescido a olhos vistos até que finalmente recebeu luz verde, deixou o hospital para trás e inicia uma nova vida junto daqueles que sem o esperarem aprenderam de imediato a amá-lo e construíram-lhe um ninho em casa para o qual voltar.
Little B., o bebé milagre é uma paz de alma, come e dorme, tranquilo no seu sono, abre os olhos de vez em quando e fita com curiosidade o seu redor. Já todos, os tios, aprontamos-nos a ficar com ele quando os pais quiserem uma folga breve. Prometo que o devolvemos.
Enquanto Hamburg era assaltada por manifestações pacíficas e protestos bárbaros que em nada defendiam causas reais senão os próprios desejos de destruição e de consumo, eu estava em Praga, a conhecer uma das mais bonitas cidades europeias.
Todo o mundo perguntava então e como estás, está tudo bem, vi que Hamburg está sobre "fogo", e eu ali totalmente deslocada do cenário a passear na Ponte Carlos em Praga.
Nada consegue bater Paris no que diz a cada metro um monumento de cair o queixo, mas Praga quase chega lá por uma unha negra. Cada rua e cada esquina o seu edifício estonteante ou cantinho maravilhoso.
Fiz pela primeira vez uma free tour, que sem dúvida voltarei a repetir aquando a próxima viagem. Uma pessoa dá uma volta pelos principais pontos emblemáticos da cidade e ainda fica a saber a história, avisos sobre o que não fazer e dicas importantes sobre onde comer. O que posso querer mais?
Eu não estava à espera de grandes degustações pois em tudo a culinária checa assemelha-se em muito ao que existe na Alemanha. Mas abri a mente e lá consegui fazer check em vários pratos típicos e não me arrependo de nenhum. Quanto às sobremesas, bem que me desgracei, que todos os dias tratava do assunto com uma por vezes duas.. mas férias são férias !
Os trdelnik são deliciosos, contudo não inventem mais, se já é perfeito assim, simples e clássico, para quê botar gelado ou nutella? Algo que é crocante e fofo por dentro fica só uma salganhada pegajosa que mete dó. O Tijo, o nosso guia, adverteu-nos logo, não se metam nisso. Fica o aviso.
Posto isto, a cidade é muito bonita, tem catedrais, palácios, palacinhos, igrejas e mosteiros fantásticos, contudo denotei que os checos devem sofrer um mal terrível que se dá pelo nome de falta de ordenamento do território.
Ora bem, transpondo o caso para a nossa belíssima cidade, estão a ver o mosteiro dos Jerónimos, agora imaginem que à falta de lugar iríamos colocar todo um bloco de casas incluindo os pasteis de Belém mesmo à frente do mosteiro, e pronto está perfeito. Os Jerónimos ficam ali rodeados, meio que aninhados entre casas e a vista para o mar foi-se.
E é isto, que se passa em Praga, há monumentos de tirar a respiração, porém só tiram metade porque andamos ali às voltas a tentar descortinar enquanto imaginamos o resto do monumento.
Quanto à cerveja vou confessar uma barbaridade, eu não bebo cerveja logo não posso tecer juízos de valor quando tudo me sabe ao mesmo que é um arrepio nas papilas gustativas e um sinal de alerta no cérebro, não toca nisso moça ! Mas percebi que para quem gosta está no sítio certo e nem precisa de hora certa para beber. A oferta é tanta que pode deixar a escolha bem complicada de se fazer. Para além de que é super barata, correção quase tudo é barato em Praga.
Quando algo custa 100 "checas", primeiro pensamos epá 100€ acho que não vai dar, segundo passamos a converter, queimando miolos que não é fácil, ora bem 100 coroas tchecas são aproximadamente.... 4 euros. WHAT??
Metade da viagem é ficar com o queixo caído quando vemos o preço irrisório das refeições.
Vou continuar a minha saga em registo fotográfico contudo não esperem grandes dotes, eu tento mas descortinar ângulos não é comigo.
Aguardo ansiosamente pela próxima viagem com novos amigos que fiz em Praga (:
Tive cinco noites seguidas que foram na paz do senhor, não se passou rigorosamente nada, rien de rien, nem um ressonar se ouvia tal era a profundidade com que dormiam. Eu própria tive dificuldades em manter-me acordada tal era a seca que levava em cima.
Contudo eu já venho armada para este tipo de noites, levo sempre o meu iPad, que considero assim mas de longe a melhor compra de 2017. Ele está minado de filmes e séries. E desta vez resolvi colmatar uma falta no meu registo cinéfilo.. nada mais nada menos que a trilogia Matrix !
Não me batam! Eu sei o quanto atrasada estou, mas na altura cenas verdes era coisa que não me assistia. E gente vestida de preto, óculos escuros, cabelo lambido, tudo numa mixórdia de ficção científica com saltos no ar a lembrar o Oliver a marcar um golo que dada a lentidão era motivo para três episódios muito menos.
Três noites, três filmes. E adorei, WOOOOOOOW como é que só descobri agora personagens como o Neo e a intrigante Oráculo? E a história? Gente, que nó no cérebro.. pessoal que consegue construir argumentos destes deve ter "viajado" pouco deve...
Vistos os três, fiquei a pensar e se fosse eu? O que escolheria? A pílula vermelha que encarna a crua e brutal realidade ou a pílula azul que nos controla num maravilhoso e airoso conto de fadas?
Fiquei na dúvida se queria mesmo aperceber-me que vivi numa ilusão, e que na dolorosa verdade o meu mundo era uma cápsula de nhanha e ainda tinha o prémio de ter tubos enfiados no meu corpo ou se preferia continuar ignorante da minha própria realidade, continuando feliz naquele faz de conta. Se uma pessoa não souber também não tem com que se preocupar, certo? Ou não seria verdade a expressão "felizes são os loucos", que na sua existência não carregam as dúvidas e os problemas do mundo.
Depois de muitos nós a ver estes filmes, que acredito que não seja para todos, penso que tomava a pílula vermelha. Pois no fundo prefiro viver uma realidade bárbara mas verdadeira lidando com o passado do que passar uma vida na ignorância onde afinal o meu livre arbítrio era em tudo artificial. E vocês?
Uma amiga minha foi convidada para um evento de uma colega de trabalho que vem do Gana. E era o evento do ano, tinha sala, mesas e cadeiras finas, decoração a rigor, havia dress code, mais de 100 convidados, bem tudo aponta para ser um casamento, certo?
Não, era mesmo uma festa de celebração dos trinta anos mais o facto de ser finalista de enfermagem que teve direito a uma festa de pompa, uma aniversariante vestida de noiva, um palco no local chave da sala, várias cadeiras em fila no palco e no meio ali plantado um trono. Sim leram bem, um trono. Portanto aqui ficam sentados a estrela da ocasião e os respectivos filhos e irmãos.
Há que aplaudir a diversidade multicultural e saber apreciar, mesmo quando, segundo a minha amiga, se espera 4 horas numa sala vazia toda enfeitada, pois a moça esqueceu-se de mencionar que quando há uma ocasião ganesa que começa às oito horas eles querem na verdade dizer que começa aparecer gente à meia-noite. É de bom tom, fino e chique chegar depois da hora.
Pior mesmo é a aniversariante ter finalmente chegado, 4 horas depois da hora marcada, serem feitas as apresentações e no seu discurso de agradecimentos, agradecer à mãe por ter ajudado a chegar até ali e mencionar que ela não está pois ainda deve estar arranjar-se. What??
Estão a imaginar como será no casamento? A boda é marcada para as onze da matina na igreja X e a noiva aparece dois dias depois já quando as flores murcharam e os convidados fundiram-se com os bancos da igreja. Quanto ao noivo? Epah... não se pode dizer que não ficou plantado.
Há uns tempos que mudei de hábitos de vida, antes era assim para o mais come tudo o que te aparece à frente, repete se for preciso mas não faças nada que há-de ir tudo ao seu respectivo lugar. Mentira, claro. Nada ia para o seu lugar se não as coxas e a barriga, estes dois eram santuários e a comida os peregrinos que resolviam ficar por lá só a boiar.
Quando emigrei, pensei, é agora! Que queres tu melhor senão um país novo, uma vida nova, trabalho novo para começar de novo? Mentira, claro. Uma pessoa deixa-se levar por tantas convicções de que pode mudar de rumo quando lhe apetecer e que o amanhã também é dia, que descamba numa espiral estupida que não tem nem fim nem início, vive ali no mesmo pontinho e pronto está quieto, não mexe, não toca, sabemos que não está bom, mas também não está mau, sabemos que podemos melhorar, mas para quê?
E conformamo-nos com a nossa condição, nasci assim e serei sempre assim, que há-de-se fazer? TUDO.
Tu podes fazer tudo, é mexeres-te, obrigares-te a sair desse pontinho com redoma. Agora preparados que vem clichê, só tu podes mudar e fazer o teu caminho, resposta clichê, ah eu sei, mas é difícil, compreendes?
Eu compreendo, isso é quase como perguntar quem nunca pecou que atire uma pedra, todos passamos por isso. Contudo, acorda, decide e parte para acção. Simples, básico, acessível,não é?
Criaturas complicadas que nós somos. Caramba.
Não vale a pena incitar alguém a mudar, quando esta não está pronta ou não quer fazer, é gastar saliva a falar para paredes. Parte de nós esta decisão que em tudo tem de ser sincera, sem segundas intenções ou falsos pretextos, tem de ser por nós e para nós.
Comecei este testamento a falar da alimentação e do exercício físico, voltando novamente ao que interessa, eu mudei. Faço uma alimentação mais saudável, procuro o biológico, os frescos, mais vegetais e menos carne ou peixe, descubro novos alimentos, reduzi drasticamente no açúcar porém nunca jamais dispenso da sobremesa. Esta última é a coroa da minha refeição e ninguém toca aqui.
Comecei a correr e nunca pensei gostar tanto, chegar ao fim da corrida com um sentimento de "porra, Isabel já viste? Yeahhhh" tudo acompanhado com uma dança, que de sensual nada tem, mas tipo um género abana a anca "go girl, go girl".. pronto talvez é menos, mas transmiti a ideia?
Final da história não sou fundamentalista, para quem adora comida isso é sal com limão na ferida. Por isso de vez em quando meto a colherada e sabem que mais, isso agora até sabe melhor.
Quase na hora de almoço, aqui é meio-dia, deixo-vos com uma dica de restaurante em Hamburg. Hamburg = hambúrgueres? trocadilho jeitoso para vos apresentar o Otto's Burguer.
Não quero fazer nenhuma piada rebuscada com este provérbio, foi literalmente assim que aconteceu ontem numa corrida beneficente organizada pelo HSH Nordbank. Foram quatro kilometros em prol de uma associação para crianças. Pois bem o hospital onde trabalho fez-se valer em peso e apresentou-se assim.
Todos correram, sim até aquelas crianças, vi putos com sete/oito anos com uma pedalada ai jasus, nem em sonhos corro assim. E sim também havia bébes, perigo da constipação não é uma coisa que assiste a este povo desde que andam a boiar lá na barriga da mãe.
Eu fui com mais duas amigas, e não corri, fui andar e foram 4 km de muita conversa, perdão 3,5 km que os 500 metros enchemos-nos de dignidade e acabamos a correr. Só para não dar a parte fraca..