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Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

19.Set.17

A história do meu nome

A minha mãe é uma pessoa extrovertida e sem artimanhas ela tem os nomes mais criativos para me chamar, quando não usa o Isa e aí sei que fiz asneira. Todas as mães fazem isso, seja em alguma fase da vida do filho ou quiçá para sempre. Como se tivessem à nascença da criança assinado um contrato vitalício com esta mesma cláusula. A minha Mamacita é de olhos fechados e mãos no fogo, claramente, a segunda opção.

 

Mas voltando aos nomes, eu já fui tudo e mais alguma coisa todavia o preferido dela e que usa mais vezes para apelidar o maior tesouro da vida dela, e pasmem-se agora, é cachuchinha.

Um dia entre conversas, confessou-me.

 

Sabes porque te chamo cachuchinha?

Err.. Não.

Porque é um peixe fofinho.

Ah okey...

 

Portanto eu podia ter sido uma douradinha, uma xerninha, uma espetadinha de rabo na boca ou quem sabe uma pescadinha. Contudo foi o cachucho que lhe cativou o coração. Ah esse malandro com olhares safados a esticar a sardinha dele para o lado da minha mãe.

 

Meio que atordoada com esta recente informação, fui ver o que era na net, porém a ideia já estava concebida na minha cabeça. Eu era um peixe daqueles lindos, exóticos, cheios de cores a viver entre corais, tipo a Dory. Pois, escusado será dizer que mal abri o separador imagens o encanto desapareceu.

 

Este é o Lutjanus purpureus vulgarmente conhecido por Cachucho, vermelho e de olhos amarelos como quem está a passar mal do fígado. Creio que não falei com a minha mãe durante dez minutos, toma estás de castigo.

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Uns tempos mais tarde, já eu me tinha esquecido desta história, fomos ao supermercado e estávamos na zona da fruta e legumes quando ela aponta para a peixaria, "olha ali tantos cachuchinhos". Todos eles esplendorosos, deitados sobre o gelo e folhas de couve que nem gente fina apanhar banhos de sol, os olhos esbugalhados e meio ensanguentados de noites sem dormir cheias de rambóia e por fim as bocas abertas a pedirem a última Pinã Colada do deserto. É este o quadro magnífico de cachuchos que deram à costa.

 

Esta é a história do meu segundo nome, aquele que lembro com mais carinho desde a minha infância , a voz afinada para entoar as últimas sílabas da palavra e a lenga lenga que vem atrás, completada com mimos e abraços apertados. A minha mãe faz hoje 55 anos e eu, estou há quase 26 anos a preencher a sua vida de alegria e muita maluquice pegada, inclusive em ser uma cachuchinha. Muitos parabéns à Mamacita mais linda do mundo, que é a minha sem sombra de dúvidas, como cada mãe é para o seu filho.

 

 

 

15.Set.17

Maneiras para acabar com um dia perfeito.

Após 1 hora de espera sentadinha a dormitar, 3 horas de viagem a ler um thriller, uma viagem de metro infidável outra de comboio quando o meu cérebro liga sinais de luzes as mãos suam e o coração dispara, a boca essa sem filtros rebenta num Ahhhhhhhh Fodaaaaaaaassse! Mundo inteiro a olhar para mim. Amiga estás em Portugal, controla-te.

 

Resumindo e concluindo, levantei e deixei o dinheiro na ATM no aeroporto em Hamburg. Módica quantia de ser quase um ordenado mínimo em PT (aceno de cabeça com grande pesar pela desgraça/estupidez alheia)

 

Contudo devo ressalvar palmas e assobios para o meu cerébro que após turnos da noites seguidos e em directa, acha que, numa tentativa de preservar as energias e pôr as funcionalidades no mínimo para a coisa dar certo e a menina apanhar o avião, selecciona o modo automático que é claramente uma bosta.

 

Obrigada meu querido.

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13.Set.17

Viver na retaguarda da evolução

Sou a única a achar que falta um botão no novo iphone? É que desde miúda que adoro cenas tacteis e quem é que não gosta de um bom botão para carregar e ver o que acontece? O suspense... buhhhhhhhhh

E aquele clique, hein? Bom demais, para se deitar fora.

 

Já agora qual é a cena de desbloquear com o reconhecimento facial? Faço olhinhos com o meu telemóvel e pimbas está de perna aberta para ser usado. Nope, não me cativa.

 

E o preço? O mais baratucho é a rondar os mil e poucos.. Coisa pouca, singela, é só a caução da minha casa. 

 

Posto isto é demasiado futurístico para mim que tenho uma alma velha e acha que os livros ainda vão dominar o mundo. 

 

 

 

 

11.Set.17

Ai as minhas cruzes nas costas.. não dá, estou a ficar para velha

Já perdi a conta aos médicos que visitei devido às dores persistentes nas costas e dos espasmos malucos em modo non-stop que vou tendo de vez em quando.

 

Já perdi a conta ao número de vezes que repeti a mesma lenga-lenga ainda por cima em alemão, deveras complicado quando já estouraste todas as palavras que conheces para dizer a mesma coisa.

 

Já perdi a conta ao número de vezes, Ah espera não! Quanto à resposta é sempre a mesma, dessa não perdi a conta. Asseguro. Então é assim, o meu diagnóstico é ser jovem e sou "activa" o prognóstico "Ah e tal tudo irá ao seu lugar mais tarde ou mais cedo não é?"

 

Ah e tal, e se fosse você e o seu jeitinho mais o seu discurso eloquente fossem dar um giro, pentearem macacos e no fim dar uma visita de médico à merda. (Tudo isto se passa na minha cabeça como devem calcular, embora que bem entredentes e em português passasse despercebido, bolas pá! ainda não sou rebelde o suficiente)

 

Concluindo, hoje foi talvez o dia em que houve avanços! Finalmente alguém ouviu as minhas preces, a minha lenga lenga e vou fazer uma ressonância magnética. WOOOOOOOOW qual raio-x, qual quê? Pimbas, ressonância magnética e mais nada. Isto aflige-me, espaços pequenos e eu quieta? Não me parece.

Se calhar com jeitinho passa depressa se eu focar os meus pensamentos no jeitoso McDreamy que me atendeu hoje, um senhor nos seus 40/50 com um charme! Aí jasus, e querem saber ele também é da área da neurologia, parecenças? Posso passar-me por uma Grey sonsa e ingénua da vida sem problemas, garanto.

 

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07.Set.17

Inédito.

Vais à Primark pela terceira vez na tua vida, e desgraças-te com tudo o que há a ver com Harry Potter e acabas por sair da loja com um rombo na carteira que nunca fizeste igual. Aí percebes que tens um problema, vá uma comichãozinha com um certo tema. 

 

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02.Set.17

Diz que está mal

Acerca do meu último Post a minha mãe mandou mensagem a dizer:

 

"As abóboras são muitas mas o naperon está do avesso."

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Como assim? Mas há avesso? É igual dos dois lados, certo?

Ah, não é? Então mas e sabe-se como? Ahhhhhhh, tens razão estava mesmo do avesso .

 

Continuo a não perceber patavina dos avesss do naperon.

 

01.Set.17

Gostos não se discutem, decoram-se !

Adoro o verão, mas sem tirar partidos devido ao meu aniversário calhar em outubro, o outono é para a mim a melhor estação do ano. Dizem que começa a 22 de setembro porém no meu coração começa a 1de setembro, logo no primeiro dia deste mês nasce a antecipação do que aí vem. Há tanta coisa boa a começar nesta época, a escola, as cores guarridas desde o verde escuro ao laranja passando pelo belíssimo vermelho fogo, a chuva miúda e o mais importante as castanhas. Bem-ditas sejam vós entre os alimentos, que venham a nós assadas ou cozidas, agora e na hora da nossa gula. Será isto uma heresia? Ahhh, acho que não que a intenção não é má. 

 

Aqui na alemanha eles têm a tradição de renovar a decoração da casa mal começa uma época, por exemplo se é Páscoa há ovos e coelhos por todo o lado, até nas árvores do jardim, se é verão há barquinhos, gaivotas e trapinhos às riscas, se for natal é um absurdo de tarecos e luzes para decorar que uma pessoa perde o fio à meada e corre o risco de ter um ataque epiléptico mesmo não sofrendo desse mal. Eles não gostam, eles amam e fazem da renovação um mote de vida para ser levado muito a sério. Ora bem, quem está quase aí? O outono claro, e eu em passeios de observação fui levada por abóboras de todos os feitios, por cogumelos e folhas secas. Posto isto, é verão em Portugal, nhanha de tempo bipolar em Hamburg e outono em minha casa. Só faltam as castanhas. Bem assadas, a fumegar e cheias de sal. 

 

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