Desesperos Matinais
Seja a hora a que me deitar, dez da noite ou uma da manhã eu sou incondicionalmente uma pessoa das manhãs. Sim, sou capaz de ser daquelas personagens irritantes dos memes que têm uma óptima disposição matinal e a energia lá nos píncaros, sou uma mete-nojo mal o sol desponta.
Mas eu não tenho culpa, sinto na obrigação de ressalvar esta ideia. Não sou eu o problema que têm de odiar é o meu corpo. Ele desperta mal vê luz, nem que sejam raios mestiços por entre uma barreira acérrima de nuvens. Ele detecta e faz tocar o alarme em todo o corpo, chega ao cérebro e acordo. Raios te partam!
É que nem voltar a dormir é possível dada a convicção, a teima que ele tem em querer levantar da cama e fazer este mundo e o outro. Daí resigno-me à minha insignificância de conseguir mandar no meu organismo e acabo por fazer o que ele demanda.
Contudo agora não estou sozinha, com o moço aqui, acordo cedo e fico a olhar para o espaço 2/3 horas, sem puder fazer grande coisa devido ao coto em recuperação e para tomar o pequeno almoço com companhia, sobretudo pão, é um castigo tremendo.
Só me apetece bater-lhe, acorda-lo com tachos e quedas de molduras ao chão, alarme de incêndio e ondas mentais direcionadas à pessoa dele. Acorda! Levanta esse cu e vai-me buscar pão!
Se o amor é saber resguardar estes pensamentos homicidas logo pela matina então acho que prefiro trocar por uma máquina de fazer panquecas ou waffles, desde que sejam daquelas fofinhas e belgas.