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Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

15.Jan.18

Fosga-se a Terra tremeu, vem aí maremoto?

Eu tenho um medo enorme, uma fobia inexplicável por tsunamis. Nem é dos sismos é mesmo da eventual onda que se forma a seguir. Era garota e o meu maior medo já era esse, os meus pesadelos eram sobre ondas gigantes que se alevantavam sobre a minha cabeça, acordava com o coração a querer sair do peito e ia para a cama dos meus pais.

Mais velha, andava no 5/6º ano e na aula de história o professor estava a falar sobre o terramoto de 1755 em Lisboa, de como tinha sido atroz, de como as pessoas estavam na igreja porque era domingo quando a terra tremeu, réplicas, houve incêndios e para comaltar uma onda avassaladora varreu a zona baixa de Lisboa.

Foi tão marcante esse momento que ainda me lembro nitidamente de ele dizer "estas coisas são cíclicas".

Esperaaaaaa ai!! Vai acontecer de novo?

 

Pronto noites sem dormir, a minha cabeça fazia planos o que é que eu ia fazer?! A minha ingenuidade dizia que vivendo em Oeiras, estaria safa, mas e se não estivesse?

Toda uma reflexão sobre a geografia da minha zona, descansei quando vi que caso acontecesse e eu estivesse em casa, a onda não chegava lá. Porquê? Porque existe perto do meu bairro um buraco enorme cheio de vivendas em escadinha, é tão grande que é conhecido como "covão", então a água caia aí dentro e não avançava mais. 

Eu já tinha dito que sou uma pessoa dada à imaginação, e por vezes um nadica mórbida. Mas esta morbidez acalmou-me os ânimos e assim voltei a dormir à noite. 

 

Se me perguntarem, ainda hoje tenho medo atroz de maremotos, não me aventuro em grandes ondas no mar e o tal filme sobre a tragédia na Indonésia, fiquei paralisada a ver aquelas cenas da onda. No entanto, por vezes ocorre pensar sobre o sismo de 1755 e penso se porventura acontecer, quando será? Será no meu tempo? Fui procurar e investigadores dizem que a possibilidade de ocorrer é daqui a mil anos. Menos mal. 

 

Na semana passada estava a passear à beira do Tejo em direção ao Cais do Sodré, feliz da vida a comer o meu croissant, e de repente deu-me um calafrio.. Só pensava e se houvesse um terramoto aqui e agora, neste preciso instante o que é que eu fazia? Corria para aonde? Quanto tempo até a onda se formar? Estas pessoas que me rodeiam o que farão elas? Só descansei quando cheguei a Oeiras. Estúpido? Nem tanto, não há nada mais seguro que a nossa casa. Certo?

 

Mais tarde partilhei a minha aflição com o meu moço, que após se rir como se tivesse contado a piada do século e do seguinte, disse-me para correr até ao castelo de São Jorge. Mas eu não consigo correr tão rápido até ao Castelo! ... Então, fica-te pela Avenida da Liberdade.

 

E este Post hoje a propósito do quê? Por causa do sismo em Évora claro. A minha cabeça dá outra vez nós a pensar sobre o assunto e sobre o quanto estão ou não os portugueses preparados para tal. Sabem o que fazer durante um sismo? E se estiverem em Lisboa, sabem para onde irem? Sei que pensar em calamidades não traz felicidade mas devíamos saber agir em caso de acontecer. Quais são os planos de emergência da cidade? Eles existem sequer? 

 

Deixo aqui um link A Terra Treme  com direções do que fazer durante um sismo, uma inicitiva organizada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil em prol de sensibilizar as pessoas de como agir.

Eu não sei até que ponto é que tais sensibilizações deveriam ter carácter obrigatório... Ai, querem ver que já estou a cair no exagero levada pelos medos?

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