Popkorn&Kino
Ai que o "Manchester by the Sea" foi uma bola de emoções, atirada à cara de uma pessoa assim do nada como quem não quer a coisa. Mas toma lá que já levaste!
O filme traz-nos a história de Lee Chandler que regressa à sua terra natal para o funeral do seu irmão, que para sua grande surpresa, nomeou-lhe tutor do seu filho adolescente aquando a sua morte. Tal não fazia parte dos seus planos, e as histórias de ambos entrelaçam-se e trazem previsíveis, perdão, novos contornos ao desenrolar da história.
Eu fui ver ao cinema, e confesso que no início tanto eu como a minha maninha de coração estávamos meio que inebriadas com a música que ao de leve vai cortando pulsos e sussurrando, pedindo baixinho, que a morte chegue de mansinho e sem dor. A senhora ao meu lado resolveu a situação e mergulhou num sono profundo que só voltou quando as luzes acenderam-se e os créditos finais já iam a meio.
A história não tem grandes rodeios e as personagens são simples, de uma natureza humana que marcam pela veracidade das emoções que transparecem para a tela. Mas o desenrolar do filme é lento ao início, na música é preciso entranhar-se e a própria personagem principal não cativa logo à primeira. Meio que alheado ao mundo e à própria morte do irmão que só apetece abanar e gritar que ele reaja, parta pratos o que for preciso.
Porém houve uma surpresa, a meio do filme resolveram deslindar o mistério e oferecer ao telespectador um daqueles momentos cinéfilos que nos faz saltar da cadeira, sacudir a cabeça, parar de comer pipocas e amar o filme pois o que sentimos ali naquele pedaço da história foi avassalador e iluminou tudo o resto.
Por tudo isto que expliquei percebem agora a discrepâncias de sentimentos que tive por este filme. Portanto, o melhor que têm a fazer é comprar bilhetes de uma volta nesta montanha russa e apreciar por vocês mesmos.