Popkorn&Kino
Hoje venho escrever-vos sobre mais um filme, "Capitão Fantástico", que já vi algum tempo, descobri-o por acaso e sem acaso nenhum este filme conquistou-me. Verdade seja dita, o danado do Viggo Mortensen já tem lugar cativo no meu coração desde que surgiu nos Senhor dos Anéis que nem um bad boy com ar de renegado e faço as coisas como eu quero. Aquelas paixões de adolescentes que parecem sempre passíveis de tornar-se realidade, só que não e depois crescemos. Mas elas lá ficam que nem marcas feitas em brasa.
Adiante, que já estou com devaneios, este filme é sobre um casal com seis filhos que segundo os seus ideais isolam-se num lugar remoto/floresta e é a partir daí que ensinam os seus filhos sobre sobrevivência, o mundo e a sociedade em que vivem de acordo com os seus princípios e estilo de vida. Estes acreditam numa sociedade livre do autoritarismo e consumismo, que seja por sua vez, virada para o amor e a igualdade entre todos.
Tudo muito bonito e cheio de momentos íntimos dentro daquela família, transparecendo que tudo corre bem e assim é que é perfeito de se viver. Mas não seria um filme com história se não trouxesse um pouco de drama para (alerta cliché) fazer andar esta grande roda que é a vida, e por isso mesmo, após um acontecimento trágico tudo vira do avesso. E temos de repente na tela ambos os lados desta moeda a debaterem-se, apresentarem os seus argumentos e a deixar a nós, os telespectadores, divididos. Qual é a melhor? Haverá possibilidade de um meio-termo?
E nisto tudo onde se encaixa o Viggo Mortensen? Perguntam vocês, ora bem, ele é o patriarca desta família, o tal capitão fantástico. Defensor máximo desta utopia de viver sem cercas, debate filosofia com as crianças e ensina-lhes a constituição americana da mesma maneira que nós tínhamos de decorar a tabuada, sabê-la de cor e salteado. Este papel valeu-lhe a segunda nomeação para melhor actor, sim senhor.
Gostei dos temas que o filme trouxe à baila, e como criou aquela divisão de pensamentos que obriga a reflectir, a tomar um partido ou pura simplesmente a ser apenas mais um espectador. Mas acredito que isso não aconteça, alguma coisa deve provocar, afinal 90 minutos de filme dá espaço e tempo para a nossa mente vaguear, fugir, opinar e construir enredos onde eles não existem.
Mas deixo-vos com uma frase de Roman Polanski, sempre é mais polida e bonitinha.
"Cinema should make you forget you are sitting in a theater."