Popkorn&Kino
Animação é um dos meus géneros de filme predilectos, não há como enganar. A história, o desenlace, a criatividade, os mundos que só vivem na imaginação e as próprias personagens são pequenos produtos de muito trabalho. Pura dedicação, de anos a arrumar e aprumar os mais ínfimos pormenores para darem-nos o prazer de um verdadeiro espectáculo.
Se há filmes de animação maus? Ui, péssimos, milhões deles. Contudo também adoro terror, e primeiro que se encontre algo que dê para exclamar de pulmões cheios "Sim senhor, até borrei a cueca", vê-se muita ruindade que nunca deveria ter visto à luz do dia.
Mas adiante! Nisto vi "Sing", e o que me ri, no final alguém disse-me que ia começar também a ver e fiquei com aquela sensação "bolas gostava de não ter visto para o puder ver novamente como se fosse a primeira vez". Se conhecem essa sensação que por sinal foi longa para escrever, sabem do que falo, do vazio que fica após algo que foi muito bom de assistir e fica-se ali pávido que nem um órfão abandonado na ruela. É que tudo o que vem a seguir para preencher este buraco fica meio que meh, solala, nem é carne nem é peixe.
A história do filme é simples, um dono de um teatro que está em vias de falência, encontra como solução montar um espectáculo de talento muito ao género America's Got Talent. Coisa nova e nunca vista, pelo menos na realidade em que ele vive. E partindo daí, surgem os mais variados cantores, pequenos ou grandes, agudos ou graves, os maus e claro, os bons de se aplaudir até em pé.
Já falei que é tudo com animais? Pois é, animais cantores, com histórias de vida complicadas. Quebrar rotinas, ultrapassar medos, alcançar os sonhos é esta a linha de orientação do filme. Poderia ser só isto, básico só para crianças mas há ali qualquer coisa, o elemento "adulto" meio que escondido, que lhe confere outra dimensão que a nós não nos escapa e apreciamos. Não esquecendo que por trás destas vozes há nomes de peso em Hollywood, destacando Reese Witherspoon como a fabulástica porca Rosita e o Matthew McConaughey como o invencível coala Moon, dono do tal teatro.
Eu gostei e muito, veio preencher o tal vazio que o "Kubo e as Duas Cordas" deixou, nem adeus disse. Ingrato, à falta de algo pior para lhe chamar.