Popkorn&Kino - La La Land
Ganhei algum tempo e motivação para escrever sobre este filme sensação, de que toda a gente fala, o musical do ano, o filme dos Oscars 2017 e mimimimi. Aviso que este post ao contrário do que tenho escrito até ao momento sobre filmes, contém spoilers, porque não consigo resumir a minha opinião sem dar dados concretos, sumarentos do meu ponto de vista sobre este filme.
Eu vi esta pérola duas vezes, e das duas vezes não me cativou, não me fez lançar suspiros nostálgicos e exclamar alto e bom som "ai que o amor é fogo que arde sem se ver". Não não não, pelo contrário se o lema é a melodia do amor eu diria que é publicidade enganosa e veremos durante duas horas e oito minutos uma ode ao clichê, onde o amor deixou de fazer labaredas e temos aquela cinza rala que fica após uma boa fogueira.
A minha vontade de ver o filme era abaixo de negativos e picos. Moço que é pianista conhece moça que é actriz, destino mais destinado não poderia ser, pois encontram-se em todo o lado e é do género quanto mais me bates mais gosto de ti. Até que parece dar tudo certo mas não, que a vida traz os seus arrebites e agruras que vem estorvar a relação. E eles separam-se, cada um vai atrás do seu sonho e o final do filme é o reencontro após alguns anos. Onde ehlecas poderíamos ter ficado juntos, concretizado os nossos sonhos, ter uma casa e uma ama para cuidar do filhote, mas a vida não é perfeita e o amor também não. Lição apreendida, obrigada.
Isto não é novo, qual é o romance que não tem por bases esta fórmula. Por isso dei a chance, arrisquei, pensei eles devem conseguir dar volta, dar-lhe ali um Twist que o vai tornar diferente. Bem, não posso afirmar que não o fizeram, eles tentaram e houve música, dança, cor tudo aquilo que um musical tem direito. Algumas destas músicas são lindas, outras meio que estão notoriamente a mais.
Porém perderam-se, e eu perdi-me naquela salganhada pois não sabia se a época do filme era os anos 50 ou actual pois de repente ouvia-se um iPhone a tocar, havia Prius e penteados elaborados, todo o mundo vestia-se como se caminhasse para a Rainbow Land e andar com sapatos de sapateado na mala é um must-have do quotidiano de qualquer moça singela que se preste.
Contudo, quando uma pessoa tinha finalmente entranhado naquele ambiente bipolar, os protagonistas sobem às nuvens como se de um sonho tratasse e dançam uma valsa. Foi a gota de água, e se eu gosto de musicais! De mexer o pé e daquela agitação que provoca adrenalina, dando vontade de saltar da cadeira e fazer figuras. Pois, não aconteceu, e o máximo de agitação que atingi foi abrir a boca de tédio. Nem o senhor Ryan Gosling a ser um gentleman me deixou com um sorriso de orelha a orelha.
Estão a ver o frete a animação que foi para mim, a minha mãe dormiu, mas ela dorme sempre por isso não é um bom indicador, todavia, e vão ficar surpreendidos, gostei da Emma Stone. Ela é a estrela, vai do rir ao chorar como um Tesla atinge os 100 km em 2,5 segundos (pesquisei na net, óbvio), dança e canta como ninguém. A parte inesquecível do filme é um dos momentos finais, em que ela vai a uma audição e canta. Foi óptimo, o expoente máximo, a minha parte favorita, não que fosse difícil neste filme, mas arrepiou e fez-me lembrar a desgraçada da Fantine nos Miseráveis.
Assim percebo a sua nomeação para o Oscar de melhor actriz, as outras nomeações nem tanto, pois não consigo apreender o burburinho e agitação à volta do filme. No entanto, com Academia é sempre assim, eles pensam diferente e mais à frente do que o comum mortal. Portanto o problema é meu, que sou tacanha e mesquinha.
Um ponto importante, não se esqueçam da lição major do filme, acreditem e sigam sempre os vossos sonhos. Deixo-vos com a música "The Fools Who Dream", a tal que ela canta no final mas num cover por Sarah Joy tocando violoncelo, divinal.