Roteiro de 4 dias em São Miguel - Açores parte 1
Este ano não sei bem quem é que ainda não foi aos Açores, eu incluída, em quase todas as redes sociais vejo fotos e posts de pessoal que por lá passeou. E dado não ter encontrado um único livro de viagem sobre estes, diz-me que muitos arrebataram-no antes de mim. Estúpida fui eu que não encomendei online pela Wook... falta de sentido de oportunidade, outro grande defeito meu, ou muito dele, quando a minha boca se abre para dizer bacoradas.
Adiante! Antes de mais, só estive em São Miguel, queria passar o meu aniversário a passear e esta ilha pareceu-me perfeita para o que eu queria, natureza e mais natureza com comida pelo meio, factor eliminatório sempre incluído.
No final já não queria sair da ilha, é linda, saí de lá arrebatada pela sua beleza, pelo verde que é mais verde, o azul que não sei como é que eles fazem ali para ficar assim mas fazem-no bem e as vacas felizes por todo o lado. Só fomos por quatro dias contudo bem que lá tínhamos ficado e explorado as outras ilhas, sendo assim, ficou a promessa de voltar, desta com mais tempo e um grande plano de trilhos e cenas assim aventureiras mainstream com botas de caminhada, tenda e saco-cama. Tenho receio mas ele diz que consigo. Vamos lá ver.
Chegamos lá às duas da tarde já com o carro alugado pela Ilha Verde, foi só preciso levantá-lo e deixar a módica quantia de 1062€ de caução. Até me deu algo mau, mas ele ah tranquilo não vai acontecer nada. Tive o meu coração nas mãos cada vez que ele passava dos 80 km. Já na carrinha de transporte até ao sítio onde levantaríamos o carro, fizemos a nossa primeira conversa com um local e ficamos logo a saber que caso quisêssemos ver a Lagoa do Fogo, que era uma boa altura ir logo a seguir a deixar as malas no Hostel.
E assim fizemos, após uma inspecção ao quarto super rápida, era giro, acolhedor e a casa de banho cheia de pinta, partimos sem tempo a perder para a Lagoa do Fogo.
ATípica Hostel, foi onde ficamos, recomendo a quem queira ir a São Miguel, fica perto do aeroporto e do centro de Ponta Delgada, onde têm restauração e tudo mais. O dono do Hostel, o Sr. Jorge, é só o maior posto de informações do que fazer e não fazer na ilha. Ele era mesmo cinco estrelas e super atencioso para além que preparava um pequeno almoço espectacular. Muito Bolo Lêvedo, requeijão e ananás da ilha comi todas as santas manhãs.
Já na Lagoa do Fogo, caiu-nos a ficha e começamos a perceber o que nos esperava, paisagens de cortar a respiração, e esta lagoa foi um óptimo cartão de visita para iniciar esta viagem. Sem nuvens e imensos miradouros ao longo da estrada conseguimos vê-la de várias perspectivas. E assim o receio de ir a São Miguel e não ver a lagoa passou, devido ao grande risco de estar nublado de tal maneira que nem um palmo à frente dos olhos se avista é recomendado desde o primeiro dia de viagem ir ver a Lagoa do Fogo até se conseguir. E nós conseguimos logo no primeiro ! Oh yeah é preciso começar sempre bem.
Continuamos pela estrada fora e paramos perto da Caldeira Velha, um parque muito bonito e a entrada custa dois euros, lá fomos nós equipados com fato de banho cheios de expectativas para o primeiro banho de águas termais. Deparamos com uma banheira gigante natural saturada de gente e uma placa a informar que água estava a 60-100 graus. Não pedia mais e virei automaticamente fã quando meti o pézinho na primeira cascata mais à frente onde a água não era tão quente e depois na segunda, na tal banheira natural e aqui o queixoso do meu namorado ai está muito quente, nope! Estava perfeita sem tirar nem pôr.
O parque fecha às 18 horas, saimos de lá e a partir daqui foi mais passeio, voltar a Ponta Delgada para jantar. E pasmem-se mas é mesmo necessário reservar mesa, estou a falar a sério, já tinha lido que era complicado mas nunca pensei que o fosse tanto, é um bico de obra, todo o mundo quer comer fora. Por isso, se querem almocar/jantar num restaurante específico é melhor jogarem pelo seguro.
Nestes quatro dias comi do melhor que havia para oferecer no mundo dos legumes, leguminosas e integrais. É verdade, tentei resistir a comer carne e peixe fazendo companhia ao meu namorado que é vegetariano. Mas o salmão braseado não me escapou e ainda bem. Quanto à carne, com tantas vacas bonitas e gorditas a passear pela ilha até achei pecado comer um bom naco de uma, e resisti, resisti, resisti até que no último dia comi um hambúrguer delicioso, a carne era suculenta e gostosa. Logo a seguir em passeio de carro olha ali uma vaquinha tão feliz, ele muito depressa como se estivesse à espera, comeste-lhe a prima... Melhor estraga cenários de sempre o meu namorado, fiquei com o coração partido
Antes de embarcar para as ilhas, fiz o roteiro do que íamos ou não fazer como sempre faço antes de qualquer viagem e nesta, o facto de não ter nem sequer o livro de turismo fez-me redobrar estudos e ver mapas da ilha atrás de mapas.
Defini o que valia a pena o que deixaríamos para uma próxima e o mais importante, a pesquisa do mercado da restauração! Onde e o quê vale a pena comer em São Miguel. Mulher prevenida e de estômago aconchegado vale por duas. Assim sendo, neste dia fomos almoçar a uma pizzaria, Forneria São Dinis, que tinha pizzas em forno de lenha. Já me babo só de escrever. Eram deliciosas. Tão boas que voltamos segunda vez.
À noite fomos à Casa da Rosa, donde vim encantada com o meu atum braseado. Wirklich Lecker !! O que ele comeu não me lembro, mas sei o que bebi! Uma Kima de maracujá, bebida típica dos Açores que se parece bastante com sumol mas ligeiramente mais doce.
E deste modo passou rápido o primeiro dia em São Miguel, nos próximos posts continuarei esta aventura com mais dicas e factos sobre a ilha. Até lá fiquem com as fotos que não chegam nem de perto aos calcanhares do que se vive, vê, cheira e sente-se nos Açores.
A segunda parte desta aventura nos Açores, era o segundo dia na ilha e os meus anos uhuh
http://belinhalemanha.blogs.sapo.pt/os-meus-anos-em-sao-miguel-26315