Um atraso cultural
Uma amiga minha foi convidada para um evento de uma colega de trabalho que vem do Gana. E era o evento do ano, tinha sala, mesas e cadeiras finas, decoração a rigor, havia dress code, mais de 100 convidados, bem tudo aponta para ser um casamento, certo?
Não, era mesmo uma festa de celebração dos trinta anos mais o facto de ser finalista de enfermagem que teve direito a uma festa de pompa, uma aniversariante vestida de noiva, um palco no local chave da sala, várias cadeiras em fila no palco e no meio ali plantado um trono. Sim leram bem, um trono. Portanto aqui ficam sentados a estrela da ocasião e os respectivos filhos e irmãos.
Há que aplaudir a diversidade multicultural e saber apreciar, mesmo quando, segundo a minha amiga, se espera 4 horas numa sala vazia toda enfeitada, pois a moça esqueceu-se de mencionar que quando há uma ocasião ganesa que começa às oito horas eles querem na verdade dizer que começa aparecer gente à meia-noite. É de bom tom, fino e chique chegar depois da hora.
Pior mesmo é a aniversariante ter finalmente chegado, 4 horas depois da hora marcada, serem feitas as apresentações e no seu discurso de agradecimentos, agradecer à mãe por ter ajudado a chegar até ali e mencionar que ela não está pois ainda deve estar arranjar-se. What??
Estão a imaginar como será no casamento? A boda é marcada para as onze da matina na igreja X e a noiva aparece dois dias depois já quando as flores murcharam e os convidados fundiram-se com os bancos da igreja. Quanto ao noivo? Epah... não se pode dizer que não ficou plantado.