Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

Monstera Amarela

Palavras soltas sobre coisas improváveis, situações mundanas, mágicas inertes e sonhos nómadas.

17.Mar.17

Uma Gala pequena pensava eu

Fui à Gala da Sociedade Portuguesa de Autores. Quando me disseram eu pensei ser algo pequeno, simples, em Cascais por exemplo, não havia SPA metido na conversa nem foi mencionado CCB. Foi um acordar com água fria e estores levantados à pressa pela manhã, como só uma mãe sabe fazer, que finalmente percebi que era algo maior. Era em Belém no CCB, e só assim por acaso ia ser passada na televisão em directo na RTP2. Oi? Como? E eu tenho que ir?

 

Com três dias tive uma aventura de altos e baixos à procura da fatiota certa, o dress code era preto, que dor de cabeça. E sapatos? Socorro, que eu não tenho sapatos, e não pensem que na Alemanha encontro o mais usado número de sempre de calçado, o 34. O drama, muitas lágrimas, muita paciência das amigas que me levaram a todo o lado. Que não desistiam, quando eu já só pensava em ir nua com duas estrelas pretas a tapar os mamilos.

 

Não sei como, ainda estou para descobrir como é que se deu o desenlace mas fui, e estava bem. Se estava perfeita, não. Mas sentia-me bem, era a minha pessoa que estava ali e não outra a querer fazer-se passar por mim. E adorei a experiência, ia acompanhar o meu namorado, e éramos parte da claque de torcida de um dos nomeados na área das Artes Visuais.

 

A sala estava impecável, grande, vistosa, e assistir aquele aparato de máquinas, câmaras e fios bailarinos deu outra perspectiva do que realmente se passa por trás do espectáculo. Afinal não é só magia, há gente por trás e são mais do que as mães que fazem tudo andar dentro da perfeição.

 

Antes de começar alguém fez um discurso do género, não se levantem a não ser que toque a luz de emergência ou haja terramoto, atenção ao que fazem e nada de telemóveis. Há câmaras por todo o lado, nós somos o Big Brother.

 

Pânicoooo, medo, suores a escorrer, as comichões já começavam, eu estava por sinal na segunda linha de cadeiras a contar do palco! Não havia como escapar, como esconder-me e a minha mente passava vezes sem conta, "Isabel, ouve, não tires macacos do nariz e por amor da Santa não A D O R M E Ç A S"

 

Não adormeci, ufa. Confesso, que foi difícil, é o meu talento natural. Se desse para ser super herói com esse super poder, ia salvar o mundo muitas vezes decerto. Para mal dos meus pecados, sei que apareci algumas vezes devido ao lugar privilegiado em que estava, se queria esquecer isso a minha mamacita fez questão de o mencionar.

 

Vi a celebridade do momento, o nosso Presidente da República, que a meio estava tão para lá como eu, com muita pena minha pena, infelizmente o Marcelito fugiu a sete pés antes que conseguisse tirar uma selfie com ele. Fica para a próxima. 

 

Contudo, querem saber mais? O melhor foi mesmo quando o nomeado que íamos aplaudir deixou-o de ser e virou vencedor. Foi uma festa, Parabéns a ele. O prémio agora ficará bem acolhido e quentinho por cima da televisão lá em casa, ou com um lugar cativo ali na mesa de cabeceira.

 

Foi bom, muito bom, já posso riscar na Bucket List, "aparecer na televisão".

 

IMG_2162.JPG

IMG_2165.JPG

IMG_2164.JPG

IMG_2166.JPG